sábado, 21 de maio de 2011

Tributo a Odair José.



Confesso com certa vergonha, que sempre relutei em postar algo sobre Odair José. Ouvi muito rock nacional, depois curti Punk, viajei por tudo "quanté" estilo, só falta gostar de Jazz. Aí comecei a pesquisar os primordios do Rock and roll, e conheci Odair José. Descobri que ele era Rock and Roll mas atitudes, nas letras e estava antes do seu tempo, e como tal não era compreedido, ele estava entre o romantismo do Roberto Carlos e a ousadia do Raul Seixas, teve coragem de tocar em temas polêmicos em suas letras, temas que questionavam a sociedade e até a igreja.



Recentemente ele ganhou um tributo com 18 regravações, feitas com bandas nacionais, modernas e independente. O álbum "Vou Tirar Você Desse Lugar - Tributo a Odair José" reuniu 18 artistas consagrados e independentes do pop-rock nacional, como os paulistas do Sufrågio e Los Pirata, os mineiros do Pato Fu, os cariocas dos Picassos Falsos, os pernambucanos do Mundo Livre e o maranhense Zeca Baleiro.

Para Tatá Aeroplano, vocalista do Jumbo Elektro, Odair tocava em feridas que nenhum artista romântico tocava na época.

"Ele era considerado um cantor brega, mas suas músicas passavam uma série de mensagens muito interessantes", disse Tatá, citando a canção "Vou Tirar Você Desse Lugar", sobre um homem que se apaixona por uma prostituta e quer levá-la para casa.

Já na polêmica e censurada "Uma Vida Só (pare de tomar a pílula)", o cantor ia de encontro com a campanha do governo a favor do uso da pílula anticoncepcional ao dizer "todo dia a gente ama/ mas você não quer deixar/ o fruto desse amor nascer/ (...) pare de tomar a pílula/ porque ela não deixa nosso filho nascer".

A música "E Ninguém Liga Pra Mim" ganhou a sonoridade do temerin utilizado por Bianca Jhordão, vocalista do Leela. O Mombojó transpôs as escaletas e batidas pós-mangue beat para "Ela Voltou Diferente", enquanto o trio Los Pirata manteve seu country-surf-punk com letras em portunhol em "Cotidiano n 3", faixa do LP "Amantes", lançado na Argentina em 1974.

Após ouvir a homenagem, Odair elogiou a escolha das músicas. "Fiquei lisonjeado. É muito legal ver o Pato Fu cantando a primeira música que gravei na vida, por exemplo", disse o cantor, referindo-se à canção "Uma Lágrima", de 1969.

Para Fernanda Takai, vocalista da banda mineira, "o projeto é uma forma da gente realmente colocar um outro foco na obra de um dos representantes desse tipo de música, que por muitos é considerada cafona e sem qualidade".

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Dia 28 de abril, Odair José foi um dos convidados do programa "Grêmio Recreativo" da MTV, parece que finalmente compreenderam ele:



Uma lista de musicas antigas dele no youtube:



Existe uma coincidencia musical muito interessante, a musica "Foi tudo Culpa do Amor", se parece muito com a musica "Some People Never Know", de Paul Mccartney & Wings, só que aqui é brega e lá é balada rock.





Odair começou como crooner na adolescência até meados dos 17 anos quando começou a compor. Nos Anos 70 sua música teve influências da música caipira americana. Excursionou pelo country de raiz de Hank Williams e Johnny Cash em seus primeiros discos. Em 1972, sua música "Cristo quem é você", foi gravada pelo próprio Odair José, com arranjos de Zé Rodrix, tendo a participação do grupo Som Imaginário. Cinco anos depois, fez um ópera-rock na música "O Filho de José e Maria", chegando a ser rotulado como o "Bob Dylan Brasileiro".

A idéia deste disco era de fazer uma relação entre a vida do homem contemporâneo, década de 70, com a vida de Jesus Cristo, comparando aspectos da vida do Cristo com aspectos comuns da vida de um homem nos anos 70.



Sobre este disco, em uma entrevista ao blog "O Martelo" do roqueiro Carlos Lopes, disse:

Vamos falar agora do seu obscuro e clássico álbum, “O Filho de José e Maria”? Muitos consideram o Racional do Tim Maia, a sua grande obra prima, o que eu discordo, mas vejo uma grande semelhança entre o seu disco; os Racionais; os três discos psicodélicos do Ronnie Von; a ópera rock do Leno – que não foi lançada -; o disco do Raul Seixas com a Sociedade Kavernista e a fase tropicalista-rock-suingada do Erasmo Carlos. Todos desejaram se libertar das amarras do mercado e todos falharam, talvez com exceção do “Coqueiro Verde” do Erasmo…

O meu disco saiu com muitas falhas. Mas ninguém entendeu que não era um projeto de continuidade. A gravadora podou 50% de tudo: ensaiei 6 meses com uma banda de garagem, mas não quiseram deixá-la gravar; depois o que era para ser um disco duplo transformou-se em um álbum simples; eram 22 canções… Eu tinha lido Khalil Gibran, queria difundir aquelas idéias. Foi um divisor de águas na minha carreira. Mas todo mundo me avisou que não ia dar certo: eu tinha uma carreira sólida, 30 shows por mês, era um dos mais executados…

Esse disco foi o recordista de devolução juntamente com o Araçá Azul do Caetano Veloso…

(Rindo). Mas veja bem: o “Filho” vendeu 60 mil, o que é um bom número para hoje, mas na época a gravadora achou um fracasso, pois estava acostumada com um milhão de cópias! Além do disco ter sido banido das rádios! Era a época que o Tim Maia entrou para o Racional, foi pra rua de branco carregando os livros debaixo do braço até descobrir que aquele sujeito..

Manuel…

Exato, que esse Manuel era o maior pilantra, maconheiro, gostava de meninas… O Tim tava tão chato que eu chegava a dar volta na rua para não ter que falar com ele! O empresário da Gal Costa, o Guilherme Araújo me propôs usar umas datas no Teatro Carlos Gomes no Rio, que a Gal não pôde usar, para fazer o lançamento do “Filho de José e Maria”. O teatro ficou vazio por 3 noites. Hoje eu loto qualquer espaço cultural no qual me apresente. Ás vezes, o cara abre mão de uma coisa sólida… tem que correr o risco da competência e da incompetência! O povo tem medo da mudança, aprendeu a ter medo da mudança. Eu era parado toda hora na rua! Ia colocar gasolina no carro e o frentista me chamava a atenção, me agredia!

Se estamos conversando hoje sobre esse seu disco, isso mostra que o brasileiro ainda está construindo a sua história. Agora podemos ver nossos artistas envelhecerem como o Mick Jagger, já temos o Ney Matogrosso se rebolando aos 60 anos, conhecemos dezenas de grandes discos que foram renegados em sua época. A história ainda está sendo escrita…

No Brasil só há 2 tipos de sucesso: o que vem de cima e o de baixo. A mídia coloca no ar o que o povo exige, e eles engolem, mas muitas vezes são eles de cima que fazem os outros engolir. No Brasil os artistas não criaram história como no exterior, porque lá fora, o cara morria de overdose, batia de carro, mas aqui o cara simplesmente saía do mercado, a coisa não tinha prosseguimento. O Ney rebolar com 65 anos é uma vitória!

Se vc conseguiu ler todo este post, merece um bonûs, o raro disco "O Filho de José e Maria".

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“Deixa de ser babaca. Quem é de classe média alta e chique não precisa falar essas coisas. Mesmo porque todos os cantores da bossa nova são uma cópia do João Gilberto. E o João Gilberto vem do interior da Bahia e faz música para o povão”

- Odair José, cantor e compositor, sobre Carlos Lyra, um dos expoentes da Bossa Nova, que se declarou de classe média alta

- Fonte: Revista IstoÉ Gente!, edição 342

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cavalo Morto, dia 14 de maio.

A noite de 14 de maio de 2011 certamente ficará marcada para sempre na história da banda, parte pela energia do ensandecido público de Sta, Cruz do Rio Pardo, parte pela amigável recepção dos responsáveis pelo evento. Trecho postado no Blog da banda Cavalo Morto, vale a pena conferir:
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Algumas fotos:








Não podemos esquecer do nosso "Matanza Cover"





Fiz também este video, mas com uma camera fotográfica, e no escuro, portanto a imagem e o som estão péssimos, mas vale como registro.



Vejam mais fotos no nosso orkut e no blog da radio Galera On Line:
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