quarta-feira, 3 de março de 2010

“Clube da Esquina”, especial para o Keijão.

Como sei que nosso amigo Keijão é fã do clube da esquina, resolvi postar estes dois álbuns abaixo para ele. Afinal o bar é rock and roll, mas os clientes são ecléticos.
(Arquivos e textos do lágrima psicodélica)


Lô Borges - "Tênis"

"Jogue sua vida na estrada
Como quem não quer fazer nada
Ouça bem as vozes do mato
Como quem abriu o seu coração."

Texto: Revista Freakium



O famoso disco do tênis foi gravado logo em seguida ao lançamento de Clube da Esquina. Suas músicas foram compostas na correria, fato que ajudou a transformá-lo em uma obra única da música brasileira.

O vigoroso e distorcido blues rock “Você Fica Bem Melhor” abre o disco e até engana. O que segue, no entanto, é baseado em canções folk, com alguns delírios psicodélicos. “Canção Postal” parte de notas tristes ao violão e descamba em vocais influenciados por “Because” dos Beatles. A belíssima “O Caçador”, com seu lirismo e guitarras oitavadas, traz o parentesco com a doce melancolia de “Trem Azul”. Músicas completamente piradas como “Não Foi Nada”, “Pra Onde Vai Você” e “Aos Barões” se equilibram ao lado das pérolas sonhadoras “Pensa Você”, “Faça Seu Jogo” e “Não Se Apague Esta Noite”. Para completar, há ainda peças instrumentais (“Fio da Navalha”, “Calibre”, “Toda Essa Água”) e grandes momentos voz e violão (“Como o Machado” e “Eu Sou o Que Você É”).

É um disco que fala muito de sonhos, de estrada, da liberdade, da mesma forma que sempre traz à tona o sangue. Afinal, eram os anos mais tenebrosos da ditadura militar.



1972 - Lô Borges
01. Você fica melhor assim
02. Canção postal
03. O caçador
04. Homem da rua
05. Não foi nada
06. Pensa você
07. Fio da navalha
08. Pra onde vai você
09. Calibre
10. Faça seu jogo
11. Não se apague esta noite
12. Aos barões
13. Como o machado
14. Eu sou como você é
15. Toda essa água

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(senha/password: lagrimapsicodelica)

Beto Guedes - A Página do Relâmpago Elétrico



Oriundo do Clube da Esquina, nesta página sua, Beto Guedes parece reinventar seu próprio clube, depois de tanto freqüentar o clube dos irmãos mais velhos, Milton e Lô Borges. Com produção de Ronaldo Bastos e a participação de diversos músicos do antigo clube (Toninho Horta, Flávio Venturini, Vermelho), Beto Guedes acrescenta uma página elétrica ao som dos clubes mineiros de esquina, como num relâmpago. O disco, o som da banda e, principalmente, a voz de Beto Guedes, tem um pouco daquele ar de Minas Gerais, que, mesmo radicado em Belo Horizonte (Beto é de Montes Claros) faz tudo parecer meio de interior, de além das montanhas, de longe do mar. Seu timbre de voz é único, uma recriação tupiniquim de Bob Dylan ou Neil Young, mas com uma certa melancolia que lembra o mar distante, do outro lado da serra.

De certa forma, o clube da esquina e esta página elétrica seriam quase um... Novos Mineiros... Ao som de minas, agrega-se a guitarra fuzz de Beto sem que isso torne o relâmpago um disco de rock'n'roll, como disse, é uma página. E a página do relâmpago elétrico, faixa título que abre o lado A , é uma linda canção de amor na forma de raio, frases curtas e soltas que nunca caem no mesmo lugar, mas que são prenúncio de chuva forte.

Outra página da página é uma leve influência de rock progressivo em canções tanto quanto em faixas instrumentais (Chapéu de Sol) provavelmente devido a presença de Flávio Venturini, que já tocava com o Terço e estava por formar o 14 bis. A presença de teclados é extensa, ora com Flávio, ora com Vermelho, oras com ambos. Mas a instrumentação não para aí: no mesmo formato do Clube, as seções de gravação incluíam muitos músicos e outro elemento importante é uma percussão variada que se agrega na receita do trovão. Trovão bem temperado, uma vez que com o excesso de sons, muitas vez a textura da massa se sobrepõe ao sabor, o que não é o caso aqui: esta é uma página de canções.



01 - A Página Do Relâmpago Elétrico
02 - Maria Solidária
03 - Choveu
04 - Chapéu de Sol
05 - Tanto
06 - Lumiar
07 - Bandolim
08 - Nascente
09 - Salve Rainha
10 - Belo Horizonte

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1 Comentários:

Anonymous luly disse...

Já que o assunto é Clube da Esquina sugiro a leitura (para quem gosta) "Os Sonhos não envelhecem - histórias do clube da esquina" do Marcio Borges.

8 de março de 2010 às 10:42  

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